Quando algum cineasta de Hollywood realizar um novo filme sobre o Paraíso, com certeza poderá escolher Massarandupió como locação. Basta subir uma das altas dunas brancas da segunda linha que fecham o local pelo oeste para descortinar um dos mais lindos cenários de marinha do planeta.
Durante o período do Império, o nobre português Garcia D'Ávila recebeu como concessão toda a faixa litorânea ao norte de Salvador, de Itapuã a Mangue Seco na divisa com o estado de Sergipe, para colonizar e desenvolver. A região, hoje denominada Área de Preservação Ambiental (APA) do Litoral Norte, dotada de rara beleza natural, fora habitada por índios de uma então já quase extinta tribo conhecida por Massarandupiós. Segundo registros encontrados no Instituto Histórico e Geográfico da Bahia, os Massarandupiós teriam tido sua principal taba na região onde hoje está o atual povoado de Massarandupió.
Mas não é o que contam os mais antigos moradores do povoado, como Seu Cristóvão. Segundo estes, o local teria sido denominado em virtude de ali ter havido alguns pés de maçaranduba (do tupi masarã'duwa), árvore que produz um pequeno fruto bacáceo amarelo. Em algum tempo remoto, meninos que chupavam as bagas das árvores dali teriam considerado-as piores que as de algum outro local, passando a referir-se como ao lugar da maçaranduba pior, ou por corruptela aglutinada "Massarandupió".
Talvez mesmo as duas versões venham a ser a mesma, se pensarmos que a tribo possa ter sido denominada da forma narrada acima, mas isto realmente não vai nos importar muito agora, pois nosso objetivo é compartilhar com você o que poderíamos chamar de "Massarandumió" (no palavreado nativo “mió” significa melhor e “pió” significa pior).
LOCALIZAÇÃO E ASPECTO
Massarandupió é um pequeno povoado pertencente ao Município de Entre Rios, na Bahia. Possui uma faixa litorânea de cerca de oito quilômetros de extensão total de rara e quase intocada beleza, estando no coração da ZPR (Zona de Proteção Ambiental Rigorosa) da APA (Área de Preservação Ambiental) do Litoral Norte da Bahia. O povoado em si está concentrado a cerca de quatro quilômetros de distância da rodovia Linha Verde por uma estrada de chão batido que o corta em direção à praia, outros três quilômetros mais adiante.
Existem algumas pousadas e restaurantes no povoado, além de um certo número de botecos (pequenos bares) e mercadinhos. Uma das pousadas, mais elaborada, é a Carmo, do seu Rivaldo, com vinte e dois apartamentos, excelente piscina e ótimo café da manhã. A outra, mais simples, Santo Antônio, do folclórico seu Emídio, com cerca de dez quartos e apartamentos, fornece excelente café da manhã e também abriga um dos restaurantes do povoado, o de dona Rosa. A pousada Portal da Vila possui bons apartamentos e café da manhã, e a pousada Nelissa dispõe de oito pequenos apartamentos sem café da manhã. Há também a Pousada Naturista Quinta das Flores, onde toda a nudez é permitida. O melhor restaurante é o Espaço Verde, das irmãs Therezinha e Amaíse, com ambiente muito agradável e comida excelente.
Na entrada principal da praia há algumas barracas com serviços de bar e restaurante, entre pequenas e grandes como a de Bideco, que também possui um bom barzinho no povoado (Bardeco). Estas barracas são especializadas em caranguejos e cerveja gelada. Depois, na direção sul, a meio caminho para a praia naturista há outra boa barraca, a do Patrício, que funciona diariamente o ano inteiro.
A praia de Massarandupió é quase retilínea, de areia fofa e clara, mar calmo cujas tonalidades entre o verde e o azul são belíssimas, apresentando pequenas faixas de rochas na linha de preamar em alguns pontos. Toda a extensão da praia é emoldurada por uma alta fileira de dunas cobertas por vegetação rasteira e imponentes coqueiros. Por trás destas dunas há um vale de cerca de trezentos metros de largura até uma segunda linha de dunas ainda mais altas de areias muito brancas que limitam a vegetação mais densa de mata atlântica por trás destas. O vale entre as dunas do mar e da mata é cortado por um riacho de águas ferruginosas muito quentes à tarde, totalmente livres de qualquer poluição e que forma piscinas naturais em alguns pontos.
Ao norte da entrada principal da praia, o vale ainda apresenta um manguezal intacto de cerca de dois quilômetros de extensão até a foz do riacho, que fecha Massarandupió pelo norte fazendo limites com Subaúma. Para o sul da entrada principal pela praia, depois de cerca de mil e quinhentos metros, encontra-se alguns blocos de lajes rochosas na linha de preamar que tornam a natação neste local não recomendável, mas o visual bonito e a pesca satisfatória. trezentos metros mais ao sul está o balizamento da entrada oficial da reserva naturista, com uma faixa de adaptação à nudez de duzentos metros, onde homens devem despir-se totalmente e mulheres podem permanecer em "top-less". A partir daí para o sul são mil e oitocentos metros de nudez, liberdade, fraternidade, alegria, descontração, respeito e paz.
Dentro da área naturista, há barracas com serviços de bar e restaurante, que servem petiscos inigualáveis e cerveja ou refrigerantes muito gelados.
Mas é preciso salientar que a nudez só é liberada (e até obrigatória) dentro da reserva naturista. Sob hipótese alguma é tolerada a nudez nos arredores, ou no povoado. Exceto na pousada naturista.
As mulheres nativas de Massarandupió realizam excelente trabalho de artesanato em palha colorida de piaçava, confeccionando bolsas, esteiras, chapéus, sous plats, ventarolas e outros objetos que vendem a preços pra lá de convidativos, expostos nas varandas de suas próprias casas.
COMO CHEGAR DE CARRO
Deixando Salvador para o norte passa-se pelo aeroporto internacional Dep. Luís Eduardo Magalhães onde começa a Estrada do Coco, privatizada pela CLN. Esta estrada é praticamente retilínea e pedagiada, segue por cinquenta e seis quilômetros até o acesso da famosa Praia do Forte, onde termina. Logo neste acesso prossegue outra moderna rodovia também semi retilínea rumo norte, chamada Linha Verde, com quilometragem contínua com a Estrada do Coco. Logo você vai passar o mirante, de onde se descortina lindíssima vista da costa tomando uma água de coco bem geladinha dos quiosques locais. Um pouco adiante está o acesso ao pitoresco balneário de Imbassaí, depois o acesso ao paradisíaco povoado e praia do Diogo, mais adiante a imponente entrada do complexo turístico/hoteleiro Costa do Sauípe e na travessia do rio Sauípe entra-se no município de Entre Rios. Logo após passa-se pelo acesso ao povoado de Porto de Sauípe, a seguir está um posto da Polícia Rodoviária Estadual, siga em frente e no km 88 você encontrará um pequeno núcleo urbano, com churrascaria, borracheiros, oficinas mecânicas e o posto de combustíveis Linha Verde, em cuja lanchonete come-se um excelente e inigualável pastel gigante. Duzentos metros além do posto está o trevo que dá acesso a Massarandupió à direita e à rodovia que leva à sede do município, à esquerda.
Saia à direita voltando em frente a umas casinhas para o sul, mas vire à esquerda logo na primeira esquina, rumo leste, prosseguindo cerca de quatro quilômetros até o povoado.
Na Estação Rodoviária de Salvador, ou na Estrada do Coco na pista sul/norte, tome ônibus da empresa Linha Verde, pedindo ao bilheteiro da estação ou ao motorista do ônibus, se o pegar no caminho, para ficar em Massarandupió, Linha Verde, km 88.
O ônibus não o trará até Massarandupió, mas até o entroncamento de acesso no km 88 da Linha Verde, de onde você poderá vir a pé (dureza sob o sol ou carregando bagagem), obter uma carona (melhor, mas às vezes pode ter que esperar muito, pois o tráfego é pequeno), ou ligar antecipadamente para uma das pousadas para marcar hora para o transfer desde a rodovia.
HISTÓRICO DA RESERVA NATURISTA
Em 1997, o aposentado baiano Miguel Vasco Calmon Gama e sua esposa Mary, proprietária de uma pequena agência de viagens especializada em organizar grupos de compras para visitas a São Paulo, Ciudad del Este e Belo Horizonte, assistiram a uma reportagem sobre a praia naturista de Tambaba (Paraíba) na televisão. Miguel interessou-se e sugeriu a montagem de um grupo para uma excursão, para passar um feriadão naquela praia. Colocaram um pequeno anúncio no jornal, mas enganaram-se ao referir-se à praia como de "Naturalismo".
O carioca aposentado pelo Banco do Brasil Antônio Ferro, residente em Lauro de Freitas (município vizinho a Salvador), leu o anúncio. Ele já tinha vivenciado o Naturismo em visita à praia do Pinho em Santa Catarina anos antes e mantinha-se relativamente bem informado sobre o movimento naturista através da revista Naturis. Decidiu imediatamente ligar para o número no anúncio e conversou com Miguel. Apresentou-se, falou de sua experiência naturista e citou o engano na chamada do anúncio. Sentiu a inexperiência de Miguel no assunto e propôs ajudá-lo no projeto da viagem.
Poucos interessados contataram a Mary Tour para reservar lugar no grupo e a viagem teve de ser cancelada. Contudo, estes poucos decidiram unir-se sob a liderança de Miguel para tentar obter uma praia para a prática do Naturismo na Bahia. Miguel e Ferro, aposentados, passaram a visitar diversos municípios litorâneos em busca do lugar ideal. Numa destas idas e vindas, pararam para um cafezinho num brique que existia no km 88 da Linha Verde. A proprietária, dona Maria, escutou a conversa dos dois enquanto lhes servia o café e pediu desculpas para interrompê-los e informar que se procuravam por uma praia para ficar pelados, havia uma parte isolada ao sul da praia regular de Massarandupió, com acesso logo à frente de seu estabelecimento, onde era sabido que alguns casais costumavam despir-se nos finais de semana para desfrutar juntamente com seus filhos e amigos. O pequeno grupo, que vinha de Salvador, fazia churrascos na praia em suas visitas e já tinha chamado a atenção dos pescadores e outros passantes ocasionais por parecerem não se importar em ter exposta sua nudez.
Os dois trataram de tomar o acesso em frente ao brique, junto ao posto de combustíveis Linha Verde, e após quatro quuilômetros passaram pelo povoado de Massarandupió, dali mais três quilômetros (tudo em estrada de chão batido) chegaram à entrada principal da praia.
Depois de saberem que aquela praia pertencia ao município de Entre Rios, rumaram para a sede do município, setenta quilômetros para o interior às margens da BR-101, para procurar o prefeito.
Quinze quilômetros ao sul do acesso a Massarandupió, pela Linha Verde, a construtora Norberto Odebrecht construía um imenso complexo hoteleiro primeiro-mundista. Por apenas quatro quilômetros o local estava fora do município de Entre Rios, pertencendo a Mata de São João. O prefeito de Entre Rios na ocasião era o Sr. Raul Malbouisson Mello, hoje já falecido, que pretendeu não deixar seu município sem algo especial que atraísse os visitantes do futuro complexo Costa do Sauípe, para ajudar a desenvolver a região. Ele também já tinha sido informado da apreensão dos nativos de Massarandupió com o grupo de gente que por lá aparecia para se desnudar na área mais deserta ao sul da praia, tinha lido e assistido muitas reportagens sobre Naturismo e concordava com os princípios deste movimento, com o qual já tinha tido alguns contatos mais próximos em viagens pelo velho continente. Homem público de visão e dotado de grande cultura, o senhor Raul idealizara a criação de uma reserva naturista a cerca de dois quilômetros ao sul da entrada principal da praia de Massarandupió. Sonhou planejar ali uma pequena vila naturista, a exemplo da já famosa Colina do Sol de Taquara, Rio Grande do Sul, mas não conhecia nenhum naturista para tocar a idéia e administrar o projeto.
A visita inesperada de Miguel e Ferro caiu para o prefeito como uma luva. Tratou de desengavetar seus planos e entregou a Miguel o comando do que viria a ser a primeira reserva naturista oficial da Bahia.
O senhor Raul assinou a primeira autorização provisória, que deveria ser renovada a cada dois meses e foi marcada a inauguração oficial para o carnaval de 1998.
A inauguração da reserva foi um sucesso, contando inclusive com reportagem no programa Fantástico, que mostrava ao Brasil que alguns baianos haviam dispensado o uso das famosas mortalhas (como se chamam as túnicas carnavalescas dos blocos de Salvador) para brincar aquele carnaval. A freqüência da praia cresceu rápido e logo havia um grande grupo de adeptos nos finais de semana.
No princípio de Fevereiro daquele ano, antes mesmo da inauguração oficial, um dos casais freqüentadores originais da praia, do grupo que já desfrutava do local muito antes da chegada de Miguel e Ferro, mandou-me um e-mail para anunciar a novidade da oficialização. Alberto e Márcia convidavam-nos, a mim e a minha ex-esposa Lurdes, para vir conhecer a mais nova praia oficial de Naturismo do Brasil. Um mês depois, outro frequentador entusiasmado também visitou meu "site" sobre Naturismo e Pintura Corporal e mandou-me o mesmo convite. Eu e Lurdes decidimos mandar uma carta ao prefeito Raul Mello, falando de nosso interesse em conhecer o local e da possibilidade de irmos viver em Massarandupió. Logo fomos colocados em contato com Miguel, que nos deu todo o apoio para que na Páscoa fôssemos visitar o Paraíso.
Voamos para lá eu, Lurdes e o filho dela, Juniclei. Não deu outra, nos encantamos tanto que a decisão de ir viver lá foi mesmo unânime da família. Miguel nos levou a uma reunião com o prefeito, onde ficamos combinados de ir de mudança em Outubro daquele ano para juntos tocar para a frente o projeto da vila naturista. Seria criada uma urbanização na área atrás das dunas, com infra-estrutura; os lotes comerciais seriam vendidos para a implantação de pousadas, restaurantes e comércio. Eu e Miguel receberíamos um lote cada para gerenciar a implantação da vila; eu e Lurdes sonhamos construir nele uma pousada.
Foi assim que no dia 6 de Outubro de 1998 chegamos de mudança à Bahia e fomos para Massarandupió. Mas logo ficamos sabendo que o projeto da vila estava por um fio para ser engavetado de vez por falta de recursos, mas também e principalmente porque a área é uma ZPR (zona de preservação ambiental rigorosa) dentro da APA (área de preservação ambiental) do Litoral Norte da Bahia. Sendo assim seria absolutamente proibida a construção de prédios habitáveis na proximidade da praia, havendo apenas a possibilidade de construção de barracas de praia, sem alvenaria.
Conseguimos então com o prefeito a concessão para construir e explorar nossa própria barraca, que seria chamada Bat Batidas. Construímos nossa casa no povoado e a barraca na reserva naturista.
O prefeito seguia insistindo com Miguel pela regularização da associação, sem sucesso, o que atrasava o repasse oficial de recursos, forçando-o a seguir utilizando seu próprio capital para ajudar a reserva. Por aquela época, nos meses de Abril e Maio de 1999, comecei a discordar profundamente com algumas atitudes de Miguel na administração da reserva naturista. Procurava-o todas as semanas para discutir tais pontos de vista, mas este saía-se sempre com evasivas e prosseguia cometendo os mesmos erros. Foi então que decidimos, eu e Lurdes, procurar o prefeito para relatar-lhe os acontecimentos. Ele aconselhou-nos a fundar uma nova associação, oficializá-la e registrá-la nas formas da lei para que ele mandasse para a câmara de vereadores o projeto de lei que tornaria a reserva naturista definitiva e a associação de utilidade pública para receber recursos oficiais.
Concordei em realizar tudo isso, mas não aceitei ser o presidente da entidade. Foi-nos aconselhado então chamar a jornalista Noêmia Alves, proprietária de um jornal de Alagoinhas, freqüentadora da reserva, defensora do Naturismo e amiga do prefeito.
Foi assim que em nossa casa no povoado foi fundada a AMANAT - Associação Massarandupiana de Naturismo, tendo como presidente tal jornalista. Logo a entidade foi considerada de utilidade pública e o prefeito fez aprovar o decreto municipal de uso naturista definitivo da praia em 28 de Julho de 1999.
LEI MUNICIPAL DA RESERVA
ESTADO DA BAHIA
SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL
PREFEITURA MUNICIPAL DE ENTRE RIOS
DECRETO N.º 1.571/99
Concede autorização permanente para a prática
de Naturismo, em local que indica.
O PREFEITO MUNICIPAL DE ENTRE RIOS, Estado da Bahia, no uso de suas atribuições legais, de conformidade com o que estabelece o artigo 48, inciso I, alínea j, combinado com o artigo 102, inciso VIII, da Lei Orgânica deste Município e,
Considerando que o Naturismo é um modo de vida em harmonia com a natureza, caracterizado pela prática do nudismo em grupo, com o objetivo de favorecer o auto-respeito, o respeito mútuo e a preservação do meio ambiente;
Considerando o que faculta o decreto 7.661, de 16 de Maio de 1998 - Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, parágrafo 10;
Considerando que o Município tem condições de ser um pólo turístico nacional e internacional, pela beleza de suas praias e litoral;
Considerando que esta Prefeitura Municipal entende ser o Naturismo uma atividade benéfica à saúde mental, capaz, inclusive de favorecer iniciativa privada, incrementando o turismo e o comércio;
Considerando, ainda, que é dever constitucional incentivar e apoiar as entidades ambientalistas não governamentais constituídas na forma da lei;
DECRETA:
Art. 1º - Fica autorizada a Associação Massarandupiana de Naturismo - AMANAT, declarada de Utilidade Pública pela Lei Municipal n.º 298/99, de 05 de Julho de 1999, a desenvolver a prática de Naturismo em caráter permanente, na praia de Massarandupió, neste Município.
Parágrafo Único - Para a prática do Naturismo de que trata este artigo, fica estabelecida uma área litorânea de 2.000m (dois mil metros) de extensão, a partir da marca de 1.800m (hum mil e oitocentos metros), contados do local onde estão instaladas seis barracas de praia, seguindo a direção sul.
Art. 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogam-se as disposições em contrário.
Gabinete do Prefeito Municipal de Entre Rios, 28 de Julho de 1999
(assinatura)
Raul Malbouisson Mello
Prefeito Municipal
CÓDIGO DE ÉTICA NATURISTA DA PRAIA DE MASSARANDUPIÓ
AMANAT - ASSOCIAÇÃO MASSARANDUPIANA DE NATURISMO
MUNICÍPIO DE ENTRE RIOS - BAHIA
Naturismo é um estilo de vida em harmonia com a natureza, que abomina toda e qualquer forma de preconceito, caracterizado pela naturalidade e respeito plenos. O Naturismo adota a prática da nudez social e familiar, com o intuito de incentivar o auto-respeito, o respeito mútuo entre os indivíduos e com o meio ambiente.
Nós naturistas freqüentadores da praia de Massarandupió, consideramos expressamente proibido:
1. Praticar atos de caráter sexual ou obsceno nas áreas públicas, por ser a praia de convívio estritamente familiar;
2. Agir de maneira desrespeitosa ou agressiva com quem quer que seja e em qualquer situação;
3. Constranger através de situação ativa ou passiva, por gestos ou palavras, quaisquer outras pessoas na área de abrangência naturista;
4. Filmar, gravar ou fotografar por qualquer método ou distância os naturistas na área, sem seus consentimentos prévios;
5. Praticar jogos ou outras atividades que possam colocar em risco a segurança, tranqüilidade ou conforto dos freqüentadores, em áreas não demarcadas para estes fins;
6. Satisfazer necessidades fisiológicas de qualquer espécie nas áreas públicas;
7. Deixar lixo de qualquer natureza fora de receptáculos apropriados, em toda a área naturista;
8. Trazer ou permitir a entrada de animais na área naturista;
9. Retirar mudas de plantas, danificar as existentes ou causar qualquer dano ao meio ambiente na área naturista;
10. Não aderir à prática da nudez social, a menos que seja pessoa empregada da Associação ou do comércio interno (quando a serviço), funcionário de empresa jornalística participando de cobertura aprovada pela Associação, menor de quinze anos de idade acompanhado pelos pais ou responsáveis, ou ainda alguma autoridade em visita oficial;
11. Vender, portar ou fazer uso de qualquer substância que seja considerada ilegal em nosso país.
Qualquer pessoa, naturista ou não, que descumprir as normas acima expressas será passível de punição prevista no ESTATUTO SOCIAL ou no REGIMENTO INTERNO desta Entidade, além de ser imediatamente convidada a retirar-se da área naturista, se necessário com o auxílio do Poder Público.
Obrigado pelas dicas!
ResponderExcluirSe souber de um camping por lá, por favor me avisa?
claudioking@gmail.com
Grato
Claudio
Roberto,bom dia!!!! muito bom seu blog.
ResponderExcluirVocê poderia me dar uma informação,é possivel ir de Massarandupio a praia do Forte andando,e se possivel no caminho tem alguma pousada.Desde já agradeço.
Obrigado, Márcio;
ResponderExcluirDe Massará à Praia do Forte são 30 km de rodovia mais uns 10 de acessos. Se estiver disposto...
Tem sim, Porto Sauípe 10 km ao sul de Massará e Imbassaí a outros 10 km adiante, onde há pousadas para vários go$to$.
Mas há vans e ônibus pela estrada.
Boa sorte amigo! Estive em Massará hoje!
Roberto
ExcluirEu gostei muito de ler tudo isto. Uma linda aventura.
Agora, eu lhe pergunto: A Associação Massarandupiana de Naturismo foi desativada por quem e porquê ? Quando você vem a Massarandupió ? A nossa praia naturista está em perigo e pode desaparecer por manifesta inépcia e por mudança de valores. SOS é pouco para exprimir a inquietação de muitos naturistas que frequentam esta praia. Podemos falar pessoalmente ? A bem do verdadeiro naturismo sem conflito de interesses. Saudações Naturistas. César Xisto - Massarandupió.
Grande Xisto, bom dia!
ResponderExcluirInfelizmente, amigo, não posso fazer muito. Dei minha quota de luta pelo naturismo no Brasil e me decepcionei. Sei que as decepções ocorrem por nossa própria culpa, por alimentar expectativas irreais, mas decidi ser apenas um visitante esporádico enquanto houver a licença de funcionamento da praia de nudismo. Na verdade, a questão filosófica é bem mais complexa do que se imagina. A questão se resume a atingir a consciência coletiva de que a praia e a área do rio não podem ser palco de atividades sexuais de qualquer espécie. Não vejo qualquer problema no suingue ou nas práticas de sexo grupal. Pessoas adultas têm todo o direito de praticá-los e acho até que podem ser uma extensão da naturalidade, dependendo apenas da cabeça de cada indivíduo. Mas, atividades sexuais em áreas públicas inviabilizam a frequência de crianças e causam um impacto bem negativo nas ideias mais essenciais do naturismo. Para coibir esta falta de noção é preciso, infelizmente, haver um poder coercitivo que se mantenha vigilante, mas isso implica em QUEM assumirá este poder e que uso fará dele. Enquanto estive lá, tentei sempre convencer as pessoas com argumentos a não cometerem estes erros e tinha um relativo sucesso, ao menos durante os dias, mas a grande maioria dos frequentadores levavam farnéis em seus carros tracionados e montavam festas particulares que tiravam o sustento de quem dava murros em pontas de facas para manter a praia. Fali por conta desta concorrência e tive que sair para me sustentar. Não me peça, por favor, para voltar. Se você está interessado em assumir esta luta, parabéns e força! Procure Lurdes em sua pousada em Massarandupió pois ela é a pessoa em cujo nome foi fundada a Amanat. Com algum respaldo de um bom contador ou advogado creio que se pode ressuscitar a entidade. Boa sorte!
Atroz ! no dia 3 e 4 de abril, 2014, apareceram mortas 20 tartarugas com mais de 15 anos de idade, na nossa praia de Massarandupió. Não foi um acaso. Houve crime ambiental. Tudo indica que estas pobres tartarugas tenham sucumbido por axfixia nas redes de pescadores vindos de outros locais para pescarem nas águas desta praia. Triste. Naturistas fizeram apelo ao IBAMA e PROJETO TAMAR, para virem constatar "in loco" a ocorrência. Vieram, de imediato, e vão tomar medidas tendentes a evitar nova chacina. Oxalá...
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