Casas de Farinha, em Massarandupió, Bahia

Há duas “casas de farinha” em Massarandupió, uma de propriedade do casal seu Leocádio e Mãe Duca, e a outra comunitária, embora dentro das terras de seu Walter Pinheiro, que a construiu há uns vinte e cinco anos.

Na “casa de farinha”, o povo traz a mandioca que plantou e colheu para transformá-la em farinha. O primeiro passo é a raspagem, num raspador elétrico de rolo, bastante rudimentar, embora eficiente. Por esta hora faz-se o fogo de lenha sob os imensos tachos de secagem, enquanto a mandioca já descascada é levada ao coxo da prensa para ser fortemente espremida até a última gota do líquido que pode ser aproveitado para fermentar e virar vinagre.

Depois de prensada, a então massa de mandioca passa pela primeira peneira e vai para os tachos sobre o fogo, onde será mexida com rodos de madeira até a secagem total. Seca, a farinha passará pela próxima peneira, onde será separada e classificada pelo tamanho do grão e pode voltar aos tachos para torrar, se desejado.

Todos os massarandupianos podem utilizar a “casa de farinha” de seu Pinheiro sem pedir licença, desde que tragam sua lenha e preservem o local.

A farinha de mandioca é uma das bases alimentares mais importantes da região, ao lado da pesca artesanal de subsistência, do coco, da manga, do caju e da mangaba.