domingo, 27 de junho de 2010

Mãe Duca, de Massarandupió, Bahia


Dona Alexandrina Oliveira Simões, a popularíssima “Mãe Duca”, tem certos 67 anos de vida, embora sua certidão ateste 72, fruto de duas fraudes, a primeira cometida certa vez por um candidato que alterou sua idade aos 16 anos para emitir um título de eleitor, e a outra pouco tempo mais tarde, já viúva, para atingir a maioridade legal e casar-se com seu segundo e atual marido, seu Leocádio. Além disso, a vida sofrida faz aparentar uma outra idade ainda superior.
Quando menina, descobriu seus poderes místicos e na mocidade tentou livrar-se deles, sendo aconselhada a não fazê-lo, pois poderia prejudicar sua vida e perder a razão. Tornou-se então devota de Iansã (Santa Bárbara), e até hoje promove seu tradicional caruru festivo todo dia 28 de dezembro, na Casa de Ogum de Ronda, que fez construir em seu quintal. Nesta oportunidade, recebe Iansã, Ogum, São Jorge, caboclos e pretos velhos.
Promove também outro caruru festivo, não religioso, em homenagem aos santos gêmeos São Cosme e São Damião, todo 27 de setembro, aberto às crianças de Massarandupió ou visitantes. Isto pelo fato de ter gêmeos como irmãos e como primos carnais, além de ter tido uma gravidez de gêmeos.
Mãe Duca é a rezadeira do povoado, atende em sua Casa de Ogum de Ronda todas as terças e quartas feiras, ou faz visitas para rezar as casas de quem precisa e a chama. Mas também se destacou por ser uma das duas parteiras mais requisitadas da região, tendo trazido à luz só Deus sabe quantos bebês desde sua mocidade em Itanagra, onde nasceu. Conta que no passado vinham de longe nas madrugadas trazendo-lhe montaria selada para ir realizar os partos em locais distantes.

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